Verdade absoluta. Não existe no mundo uma série capaz de fazer comigo o que essa fez. Passei, literalmente, 1/3 da minha vida acompanhando esses personagens, comparecendo a cada jogo dos Ravens para ver Nathan e Lucas acertarem cestas de três pontos, torcendo como se estivesse no esquadrão de cheerleaders sob o comando de Brooke, ouvindo cada álbum de rock com Peyton, aprendendo a ser uma pessoa melhor com Haley, rindo da vida tragicômica de Mouth ou das trapalhadas de Skills.
Eu estava lá na inauguração da TRIC, em cada frase de efeito de Chris Keller, nos dois casamentos de Naley, em cada acidente de carro, na aparição do Psico Derek, no ataque cardíaco de Lucas, nas bebedeiras da Deb e nas tentativas da Karen em dizer gírias bizarras para parecer atualizada com a galera jovem.
Eu estava lá no dia em Jake assumiu ter uma filha, quando Nikki apareceu, quando Peyton descobriu que era adotada, quando ela conheceu a verdadeira mãe e a viu morrer de câncer, quando Haley entrou no ônibus e foi para sua turnê, quando queimaram a concessionária do Dan, quando Keith dormiu com Deb e quando Karen entrou para a faculdade e teve um caso com o professor.
Eu estava lá quando a Clothes Over Bros fez sua primeira venda on-line, quando Nathan surtou e bateu um carro de corrida, quando Lucas mentiu sobre o HCM para continuar no time, quando Rachel Gatina apareceu e a cápsula do tempo foi exposta.
Eu também estava lá no dia do tiroteio na escola. Vi Jimmy cometer suicídio, Dan matar Keith e ser perseguido por fantasmas. Vi Lucas correr atrás da verdade, Karen beijar Dan, Lucas atirar em Dan. Eu vi surgirem os Clean Teens, o nascimento de Lily e de Jaime e aquele primeiro final, com todo mundo prometendo voltar e ser amigos para sempre na River Court.
Eu estava lá para ver Nathan na cadeira de rodas, Nanny Carrie atacando, Dan saindo da cadeia e Jamie querendo conhecer o avô. Eu estava lá quando um cachorro comeu o coração que seria transplantado em Dan. Quando Millicent virou modelo da campanha ‘Zero is Not a Size’, em cada sarcasmo de Bichtória, na prisão dela, na falência da C/B.
Também testemunhei Lucas sendo deixado no altar por Lindsey, indeciso entre Peyton e Brooke, com ciúmes por causa de Julian, finalmente decidindo casar com Peyton e fugindo de Tree Hill para sempre, depois de milhares de dramas com o nascimento de sua filha.
Eu estava lá quando Quinn apareceu para ter incríveis conversas com vacas, quando Clay virou sócio de Nathan, na aparição de Psico Sara, quando Brooke encontrou o amor em Julian, quando ela adotou Samantha, quando Alex tentou suicídio e Chase reapareceu para servir terríveis drinks.
Precisei passar por tudo isso (e muito mais) com eles. Sofrer, rir, chorar, me emocionar, me divertir, ter raiva, compaixão e toda gama de sensações para chegar até aqui, nove anos depois, dizendo, com orgulho, que sou fã de One Tree Hill. Hoje e sempre, always and forever.
Sei que para uma abertura de review o trecho está um pouco grande, mas eu não vou me desculpar. São nove temporadas para lembrar. Esse é só um breve resumo das coisas maravilhosas que vivi junto dos meus personagens favoritos. Meus amigos, como eu gosto de chamá-los. Realmente acredito nisso. Era como se eu estivesse acompanhando a vida de pessoas reais e que fazem parte do meu dia a dia.
Que outra série, algum dia, fez isso por mim? Respondo agora: nenhuma. É por isso que One Tree Hill sempre estará entre as minhas favoritas, como a série adolescente de maior sucesso já feita. Você pode gostar de outras desse tipo, mas é preciso admitir: Alguma durou tanto assim? Alguma te fez sentir assim? Alguma te emocionou tanto numa Series Finale? Acho que não existe SIM para as três respostas.
Digo isso absolutamente seguro. Acabo de fazer minha maratona de todas as temporadas e sei que é verdade. Não é só a nostalgia falando. One Tree Hill foi capaz de fazer quatro temporadas iniciais maravilhosas. Quase foi cancelada nessa época, mas sobreviveu. Voltou com um salto no tempo que foi surpreendentemente positivo para a série e trouxe novo fôlego.
A série sobreviveu, ainda, à saída de seu casal de protagonistas. Lembro como se fosse ontem da polêmica pela ausência de Chad Michael Murray e Hilarie Burton na sétima temporada. Eram muitas incertezas, mas, mais uma vez, encontraram possibilidades onde as pessoas só viam declínio. Ano passado, quase vimos o fim novamente, mas ganhamos mais treze episódios para encerrar, com chave de ouro, o melhor drama teen de todos os tempos. Cá estamos nós, para falar justamente do final da série.
Não foi fácil encarar o final. Não deixei, no entanto, de aproveitar cada minuto dessa 9ª temporada, que trouxe de volta Chris Keller e a redenção de Dan Scott. Foi uma temporada estável e pontual, sem deixar de lado fortes emoções. Feita para fãs de verdade se despedirem de sua série do coração.
Foi esse mesmo sentimento que tive durante toda a Series Finale, que vazou antes do dia e a qual não pude deixar de assistir na mesma hora. Chorei o tempo todo, como eu já previa, não só pelo fim e pela despedida, mas pela beleza com que cada história, detalhe e personagem foi tratado.
Chorei ao ver os corvos ecoando ao lado do logotipo da série. “É a última vez”, pensei. A lembrança dos tempos em que a série começou, passando pela escola, com os depoimentos de Brooke, Haley, Nathan, Mouth e Cia fez nascer em mim outro rio de lágrimas. Daí em diante não deu para segurar e apenas deixei rolar. A gente sabe que uma série fez a diferença na nossa vida na hora do Adeus, quando não podemos nos conter.
O trabalho de metalinguagem foi belíssimo. Julian virou a personificação de Mark Schwahn nos últimos dois episódios e nos passou importantes mensagens sobre a série, o que ela é e o que significa. Algo diferente, sem medo de não fazer barulho e absolutamente fiel a todo o público que a acompanhou.
O discurso de Haley, que está traduzido na abertura do texto, naquela festa de 10 anos da TRIC foi extremamente emocionante. Eu sabia que ela estava falando comigo e foi um impulso natural falar com a tela dizendo “De nada, sou eu quem agradece por OTH existir”.
As surpresas de que ela falou, realmente vieram, em forma de referências a momentos marcantes da série, como os balões de água, a lista de desejos, o “Caw”, o adesivo no NOFX lembrando Peyton, o livro Julius Caesar, que remonta ao Piloto, quando Karen presenteia Lucas, a caixinha de Cracker Jack (com pulseira de brinde!) e o Mac’n’cheese dos lindos encontros românticos de Naley, lá na primeira temporada, o site da Baker Man sendo lançado exatamente como foi lançado o da Clothes Over Bros. São apenas exemplos, porque seria possível citar muitos outros detalhes. Eu também poderia esmiuçar cada um deles, mas vou deixar assim, ou essa review jamais chegará ao fim.
A parte musical também foi exemplar, com as lindas canções do Blind Pilot, a voz inesquecível de Haley James Scott, o hilário Chris Keller e lógico, o homem que embalou a trilha sonora de nossas vidas, ao emplacar uma das mais marcantes músicas de abertura de série: Gavin Degraw. Fiquei nervoso achando que nuca chegaria a hora de ouvir “I Don’t Want To Be”, mas quando chegou foi épico e inesquecível. Cantei junto e fiquei feliz em ver o elenco todo junto, celebrando nove anos de trabalho.
As cenas de Nathan e Jamie fecharam de forma exemplar o grande mote de One Tree Hill, que é o da relação entre pais e filhos, já que o foco entre os irmãos foi superado na saída de Lucas. Jamie se interessando por basquete, querendo fazer parte dessa tradição familiar e os conselhos de Nathan, que o incentiva, sem pressionar, mostram o equilíbrio atingido. Para ele, isso nunca aconteceu, porque o basquete, embora sua maior paixão, era sempre vinculado ao assédio de Dan e suas expectativas irreais.
Fiquei muito satisfeito com o destaque dado para Brooke e Haley na temporada. Essas duas são maravilhosas e merecem nossos aplausos, mais do que quaisquer outros personagens. Reergueram One Tree Hill quando ninguém mais achava que havia para onde ir na trama e mesmo com o nosso conhecido festival de “quase fillers”, fizeram a experiência valer cada segundo.
O principal é notar que a amizade das duas é, talvez, a mais forte da série. Fala-se muito em Brooke e Peyton, mas desde a segunda temporada Brooke e Haley se transformaram em amigas inseparáveis, para todas as horas. Agora elas têm uma esquina só delas na Grace Street, com o Karen’s Café e a loja Baker Man. Resta saber se, ao contrário da C/B a Baker Man terá clientes de verdade, que frequentem a loja.
A mensagem geral é a de é possível realizar todos os sonhos.
A sequência final foi, sem dúvida, sinônimo de perfeição. Vimos a turma toda feliz, realizada e ganhamos o direito de bisbilhotar o futuro. As crianças estavam crescidas e aquele grupo de amigos se transformou numa imensa família. ‘The Unkindness Of Ravens’ virou sucesso na TV, Mouth e Millicent ficaram juntos e desconfio de que ela engoliu uma melancia (ou estava grávida, uma dessas opções), Skills estava bem ao lado de Bevin.
Diante da multidão em câmera lenta, a torcida gritava somente um nome: Jamie. Agora, ele faz parte do time dos Ravens e aquele clima de jogo, tão característico e tão apaixonante estava lá. Quando a imagem congelou na camisa 12, com o nome Scott, eu me arrepiei todo e esperei até o ultimo segundo para suspirar e finalmente, aceitar a despedida. Era esse o final que eu tinha sonhado para One Tree Hill.
Fica aqui minha homenagem a melhor serie do mundo (ONETREEHILL) *-*
P.S* Infelizmente a Única solução é rever as nove temporadas de One Tree Hill.